sábado, 27 de fevereiro de 2016

Blog do que, mesmo?

Estive pensando muito esses dias (normal rs)... E me fiz a seguinte pergunta: este blog fala do que, mesmo?

Quando eu criei, a princípio, era pra falar sobre a minha gravidez do Gabriel e ter um registro de cada movimento dele dentro de mim e depois que ele nascesse, mas acabou que me perdi totalmente, por falta de tempo e esquecimento mesmo, de que eu tinha feito este espaço pra mim. Então, resolvi usá-lo como um diário, pra mim mesma, pros meus desabafos, meus pensamentos, pra eu extravasar meus sentimentos. Mas acabei começando a compartilhar meus textos, comecei a falar mais sobre mim, sobre o autismo, e com tantas coisas acontecendo, tomei a decisão de montar uma página no facebook, para compartilhar o que escrevo aqui e também poder compartilhar lá, mensagens, fotos, informações sem precisar ter de sentar aqui no blog pra postar uma simples imagem por exemplo.

Este blog vai falar sim, sobre o autismo, assim como a página. Mas também vai falar do que eu tiver vontade de falar, do que eu achar que preciso falar, alertar, informar ou mesmo, fazer rir. 

Eu já escrevi isso aqui e vou escrever novamente, mas deixando claro, que não vou misturar as estações e não pretendo converter ninguém à minha crença religiosa, ok? Sou espírita, frequento com a minha família, um Centro Espirita aqui na cidade e no ano passado, comecei a estudar mais a fundo a Doutrina. Tenho aprendido muito a cada dia e me modifiquei em alguns sentidos, internamente falando, e comecei a sentir a necessidade de mostrar ao mundo, que podemos viver melhor sem reclamações, sem tanto mau humor, que pensamentos negativos atraem coisas da mesma freqüência, etc. E desde que me conheço por gente, eu gosto de ajudar, de poder conversar, de incentivar as pessoas, por mais que eu esteja desmotivada. Nunca gostei de me mostrar triste ou desanimada, sempre quis ser a amiga pra desabafar, pra aconselhar, e nos bastidores, comigo mesma, eu chorava, sofria como qualquer pessoa. Sei que isso não é bom, mas eu sempre fui assim e apesar de ter melhorado, continuo introspectiva.

Então o intuito do blog é ainda, escrever sobre coisas minhas, do meu filhote, do autismo, do que eu sentir que preciso vir escrever. Mas na página, terão imagens e textos de incentivo, reflexão, e sobre o autismo, que precisa ser refletido para que possamos ser incentivadores e motivadores, e não pensar somente no lado difícil do espectro. Só quem vive essa realidade, sabe das dores e das delícias, mas se pensarmos somente no lado mais escuro, a luz nunca virá, e é dessa luz que esses seres precisam! Da luz do amor, do carinho e do incentivo!

Espero poder cumprir a minha missão de ajudar, de informar e de motivar pessoas a se conhecerem e poderem mudar pra melhor, simplesmente se voltando a si mesmas e refletindo! A página está aberta a todos! Divulguem, comentem, participem! Vamos fazer uma Corrente do Bem, como no filme estrelado pelo Kevin Spacey, Haley Joel Osment e Helen Hunt! Aqui o link para o trailer do filme, para quem não conhece!

Obrigada a todos e vamos embarcar juntos!

Beijos!
Denise

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Lidando com o pré-conceito e o pré-julgamento

Há algum tempo, estamos planejando comprar uma cama nova para o Matheus, já que a dele é uma mini cama e ele já está desconfortável nela, pela estrutura e pelo colchão já velhinho. Ele ainda não está com os pés pra fora, nada disso haha! Mas queremos oferecer mais conforto pra ele poder dormir melhor.

Pesquisamos algumas coisas pela internet e achamos algumas opções bem legais, mas eu queria ver alguma delas "ao vivo", pra ver se condiz com a imagem, ver a resistência, e essas coisas. No domingo a tarde, fomos a um shopping de móveis em São Bernardo, mas só encontramos a cama junto com algum planejado, o que não é a nossa opção pelo espaço pequeno que temos. Então fomos para uma rua onde só tem lojas de móveis e decoração. Saindo do carro, eis que me surge a pérola: "Não tem nada aqui." Hahaha! Vimos uma opção em uma loja, mas com orçamento um pouco além do que planejamos e podemos, então ficamos de pensar.

Saindo de lá, fomos no Shopping São Bernardo Plaza, e nos deparamos ainda do lado de fora, com a placa: "Mar de Bolinhas". Mas já era muito tarde pra darmos meia volta, pois os mocinhos já tinham visto e estavam em polvorosa no carro. Então eis que encaramos a fila e mamãe, mais uma vez, entrou com eles. "Chato", né? Hehe! 

Como sempre, mergulhamos, tiramos fotos, brincamos e o Matheus quis ir no escorregador. Pra quem não sabe como é o lugar, peguei uma foto da internet pra vcs terem idéia:


Dentro do farol é que se sobe para os vários escorregadores, e ali onde tem uma menininha de rosa entrando, fica um monitor, porque as crianças estão afoitas pra subir e escorregar e vão se atropelando, né? Bom, peguei a fila com os meninos e fiquei esperando. O Gabriel não quis ir, então se afastou um pouquinho e eu fiquei com o Matheus, falando pra ele esperar a vez dele, Surgiu um pai com uma menina de lado e ele ali esperando pra entrar, e então a monitora colocou a mão na frente, barrando a entrada dele e falando que ele tinha de esperar, e ele tentando passar. Eu observando e me aproximando deles. Ela olhou com uma cara que eu nem sei descrever e falando que ele tinha de esperar a vez dele, obedecer o que ela dizia e não podia passar na frente dos outros. Ali meu sangue subiu, Eu cheguei perto dela e das outras pessoas e falei gritando mesmo: "MOÇA, SÓ PRA VC SABER, O MEU FILHO É AUTISTA, ELE NÃO FAZ NADA DE PROPÓSITO E ELE NÃO CONSEGUE ENTENDER MUITO BEM". Ela fez uma cara de pouco caso ou cara de quem se perguntava "o que é autista?" ou "o que eu tenho a ver com isso?", mas eu saí de perto e fui esperar meu filhote escorregar e tentar tirar foto. 

Qual é o problema da sociedade? Pra alguém ser visto como "diferente", tem de estar estampado na cara? No físico? Andar com uma plaquinha pras pessoas terem compaixão? Eu digo que uma pessoa com Síndrome de Down é vista porque uma das características, é a diferença no rosto e a semelhança desse rosto com outras pessoas com a mesma síndrome. O autista não tem cara de nada, tem cara de uma criança ou pessoa normal, embora quem seja familiarizado com ele, consiga identificar traços em outras pessoas. Nenhuma síndrome tem significado de condenação da vida/morte e do futuro! O meu filho pode ser diferente do seu, que também é diferente do filho do vizinho, e por aí vai! Somos todos diferentes, todos temos nossas singularidades, independentes da cor, religião ou do padrão de normalidade que existe desde que o mundo é mundo.

Eu me lembro de um relato da Andréa, mãe do Theo do blog Lagarta Vira Pupa, onde ela o levou a uma piscina num parque, algo assim, na Suécia, onde vivem. E ouviu de uma mãe que lugar de autista é dentro de casa e ela respondeu que lugar e autista é onde ele quiser! Se ele quiser estar dentro de casa, nós estaremos com ele. Se ele quiser estar na piscina de bolinhas, nós estaremos também! Autismo é vida, criança autista é uma criança como outra qualquer, que quer se divertir, brincar, ser amado e viver, mesmo que seja de um modo diferente das outras crianças!

E eu digo que nos divertimos muito e esse infeliz incidente, não estragou a nossa tarde e nossa diversão!












sábado, 20 de fevereiro de 2016

Refletindo sobre a maternidade

Eu acabei postando um textão ontem no facebook, e não tinha conseguido vir aqui ainda. Não vou copiar o que escrevi lá, mas sim, escrever outras coisas.

Estava rolando o tal "desafio da maternidade", em que mães eram indicadas pra postarem 3 fotos de momentos felizes com seus filhos. Uma amiga me marcou e eu, com muita dificuldade, escolhi apenas 3 fotos e postei, indicando mais mães. Aí durante a semana, vi um compartilhamento de um pai e esposo, dizendo que a esposa não tinha aceito postar fotos e estava sendo "mal vista", e então ele decidiu postar, resumidamente, que ela estava com depressão pós parto, sofrendo e que esse desafio era mais um sofrimento, então por isso ela não havia postado e ele estava ali, se explicando em nome dela, diante de tantos julgamentos sem ninguém saber o real motivo dela.

Depois, vi uma outra postagem de uma mãe, dizendo que ser mãe não está sendo bom pra ela; resumidamente ela contou as dificuldades de ser mãe de um recém nascido, de uma mãe de primeira viagem e em outras palavras, disse que ser mãe não estava sendo bom pra ela e que ela não tinha fotos felizes pra compartilhar. Mais uma enxurrada de gente julgando a moça. Eu passei a semana toda pensando, refletindo e resolvi escrever ontem lá e hoje, aqui. Quem me conhece de verdade, sabe que o nome que eu dei para este blog, condiz realmente comigo: minha mente não para de pensar, principalmente se estou diante de algo preocupante ou importante. Esta semana foi bem intensa nesse ponto pra mim, então sem saber bem o que fazer com tantas informações, acabei botando pra fora o texto sobre a maternidade.

Quem é mãe "de verdade", sabe que não é nenhum mar de rosas, de flores nem de chocolate. Mães de sangue, de coração, de criação, não importa. Colocar uma vida no mundo não é uma tarefa fácil, desde a gestação, até o parto e principalmente, dar uma formação praquela criaturinha tão indefesa e frágil. Tem as mulheres que tem esse instinto nato, outras vêem como algo que faz parte da vida, outras nem sonham com isso. Algumas se preparam e planejam engravidar, outras não planejam e algumas planejam, não conseguem pelas vias naturais e partem para outro tipo de planejamento (fertilização ou adoção). Não importa, a mulher vai ser mãe do jeito que ela quiser e se ela quiser.

A gente se prepara simplesmente, pra ser mãe. Por mais que a gente leia, assista compulsivamente os programas de gestação, parto e bebês do Discovery Home & Health (saudade <3), que a gente faça o curso de gestante, converse com mulheres que já são mães, a gente nunca sabe o que vai vir pela frente. É impossível saber se o bebê vai ser chorão, se vai dormir muito, se vai ter cólica, se... se... se... Se Deus quiser, vai dar tudo certo, é o que pensamos, no fim das contas! Hahaha!

Mas mais do que isso tudo... Nenhuma mãe se prepara para ter um filho "diferente", ou o chamado "especial". Nenhuma mãe que engravida, fala "ah, como eu queria ter um filho com Síndrome de Down", ou agora na moda, "ah, como eu queria ter um filho com microcefalia". E também não dizemos "quero ter um filho autista". A gente simplesmente tem. E diferente de muitas outras síndromes ou anomalias, o autismo não tem exame que detecte antes do bebê ir crescendo após nascido e ter um diagnóstico clínico, pois não existe um exame como de sangue ou de imagem, que faça essa detecção. Mas a gente vira mãe e se depara com um diagnóstico desse. E aí?

O chão se abre. O céu desaba. As paredes caem. O mundo fica cinza. A gente sofre em silêncio e chora. Pergunta "por que comigo?" "por que ele?" Mas a gente continua sendo mãe e aquela criaturinha, continua sendo filho e precisando de cuidados, ainda mais após o diagnóstico. Cada segundo é muito precioso. Mas a gente corre e não sai do lugar, como em desenho animado ou naqueles sonhos medonhos que temos as vezes. A gente não quer contar pra ninguém sobre aquilo, as pessoas não desconfiam o que estamos passando, não perguntam e acham que está tudo bem, porque nós não demonstramos nada. Mas o que sentimos é um misto de amor, tristeza e luto. Sim, luto, pelo bebezinho que idealizamos e que se mostrou não tão perfeito como sonhamos, que se mostrou diferente do filho da amiga da vizinha da prima. 

Resumindo: nunca julgue uma mãe sem conhecê-la. O que ela diz ou escreve, pode parecer amargo, triste ou até vazio, mas ela deve ter seus motivos. Se você quiser ajudar, primeiro pergunte como pode fazer isso, mas se não souber como, então prefira o silêncio. É difícil pra mãe de um autista, se abrir num primeiro momento e leva um tempo até processarmos nossos pensamentos e sentimentos até que nos sintamos a vontade em gritar para o mundo que EU TENHO UM FILHO AUTISTA, EU O AMO MUITO E EU ME ORGULHO MUITO DELE! Nós aprendemos tudo juntos, eu gostaria muito de nunca errar e sempre acertar de primeira, mas sou um ser humano comum e eu falho, sim. Eu já disse várias vezes e repito sempre que não tem nada de especial em ser mãe de uma criança diferente, pois elas também não são especiais. Cada criança tem suas características próprias, e cada uma é especial do seu jeito: loiras, morenas, negras, orientais, com deficiência mental, física ou autismo. Antes que me crucifiquem: digo autismo por ser melhor entendido do que TEA (Transtorno do Espectro Autista).

Pessoas: não julguem sem saber o que aquela pessoa está passando! Seja ela mãe, avó, tia, pai, criança, cachorro, gato ou papagaio. Ninguém tem o direito de julgar ninguém e cada um tem sua maneira de viver aquela experiência que está vivendo. Como diz o querido Chico Xavier, nenhum sofrimento é para sempre. Então todos, a sua maneira, vão encontrar uma forma de sair do sofrimento e chegar na alegria! 


Que tal começar olhando pro seu próprio umbigo e vendo se não é você, quem precisa de ajuda, na verdade? E estender a mão para pedir ajuda e também para ajudar? ;)




segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Voltando à rotina


É... Hoje voltamos a nossa rotina de escola e trabalho. Sinceramente, eu não estou preparada haha! Mas vamos nessa, né?

Fiquei com os meninos por uma semana em dezembro, enquanto o marido ainda estava trabalhando. Ele saiu de férias e eu voltei a trabalhar até o dia 30/12 e então, saí de férias também. Como eu contei aqui, ele fez uma cirurgia e ficou em repouso, então fiquei cuidando dele e dos meninos.

Na véspera do retorno dele ao trabalho, o Gabriel ficou com febre, e o diagnóstico foi o de sempre: garganta inflamada. Ele foi medicado e ficou bem rapidinho! Porém, no fim de semana seguinte, foi a vez do Matheus, bem no feriado de São Paulo, mas o lado bom foi que o papai pôde ficar conosco também. Ele demorou um pouco mais de tempo pra melhorar, mas agora está tudo bem, graças a Deus! 

A parte ruim disso tudo, foi que não conseguimos passear em nenhum lugar, quase nem em shopping nós pudemos ir... Eu mesma, não tive muito descanso, pois cuidei de três, né? Hehe! Mas eu pude estar aqui pra cuidar de todos, e isso é muito bom. Comemoramos o aniversário da minha irmã no dia certo e no sábado com uma festinha que ela quis fazer e foi uma delícia! Ainda estou cansada haha!

Eu brinquei que queria um dia só pra mim, pra não fazer nada. Queria até ficar sozinha em casa, mas isso é mais difícil rsrs Então ontem o destino deu uma mãozinha pro meu desejo se realizar rsrs Tive dor de dente durante a noite, dormi mal por conta disso, pelo calor e pelo Gabriel que além de não dormir, começou a chorar de madrugada porque estava com medo de dormir. Aí minha rinite resolveu dar o ar da graça e ganhei uma bela enxaqueca, que mesmo tomando remédio, ela ia e vinha. É, Papai do Céu atendeu meu pedido "em grande estilo"! Hahaha!

Espero que o nosso retorno hoje seja leve, seja feliz e que tudo volte ao normal aos poucos. Já temos Carnaval logo aí, então mal vai dar tempo de começar a rotina e sair dela de novo rsrs Amanhã retorno às aulas no Centro, não vejo a hora! Como me faz falta!! Os meninos vão ter um baile de carnaval na escola e compramos fantasias no fim de semana, estou ansiosa pro dia! Prometo postar as fotos deles aqui, tá?

A semana começa no primeiro dia do mês de fevereiro. E no nono dia, comemoro mais um aniversário de casamento! Que seja um mês de início, de recomeço e que seja para nos mostrar que temos um ano inteirinho pela frente, pra termos fé, força e realizarmos nossos desejos e metas!

Beijos!!