quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Movida a música




Estava eu aqui, ouvindo música enquanto dava uma ajeitadinha nas cutículas, e "influenciada" pelo meu pai que colocou umas músicas no trabalho hoje, fui pesquisar esta música aqui, uma ópera linda, de arrepiar! E então me veio uma vontade imensa de escrever, meu último texto deste ano rs E cá estou, tentando me concentrar mais na música do que no meu filhote pulando e correndo pra chamar a minha atenção, sentada em frente ao notebook e com fones de ouvido.

Eu sempre gostei de música, desde pequena. E sempre gostei de vários estilos, desde rock até ópera, como linkei acima. Só não me peçam para gostar de funk, pagode, axé nem sertanejo, haha! Já tive uma fase em que ouvia, mas ainda bem que caí em mim e percebi que não era eu! Hehe! Nunca me esqueço de uma das melhores redações que eu escrevi no colégio, ouvindo uma música da diva Madonna. O professor da época dizia que dava 8,0 pra quem era bom, 9,0 pra quem era muito bom e 10 só pra ele mesmo kkkkk E eu tirei 10! Nota maior do que o menino mais inteligente da turma! Então a música me move, independente do meu humor. Mas claro que ouço músicas compatíveis com o que estou sentindo, não consigo estar triste e colocar uma música alegre pra tristeza passar. Eu ouço músicas tristes pra me ajudar a extravasar pensamentos e sentimentos para então, eu poder mudar o tema musical. Com os livros, às vezes, acontece o mesmo. Já sonhei em ser cantora, mas sempre soube que cantar, pra mim, só no banheiro e olhe lá! Também já sonhei em ser atriz, mas não conseguiria decorar tantas falas e ainda soar natural. Também já sonhei em ser escritora, e aqui eu consigo realizar um pouquinho desse sonho. Amo ler e escrever!

Este post não tem um assunto específico, eu apenas vim escrever pois senti vontade. Este blog não tem um assunto específico, único, estagnado. Eu justamente o intitulei de "Diário de uma Mente Irriquieta" pois é assim que ela é: não para de pensar por nenhum momento sequer, em assuntos mais diversos ao mesmo tempo. Parece que um pensamento liga a outro e começa o círculo vicioso. Confesso que gosto, mas que eu também preciso dormir! Hahaha!

A música me transporta, me faz viajar, refletir, assim como a leitura. Mas com uma diferença: na leitura, a gente imagina as coisas descritas nas páginas e na música, podemos imaginar e sonhar o que quisermos, sem restrições, sem proibições. Podemos ser  uma mocinha presa numa torre, esperando o príncipe encantado, podemos ser um astronauta em missão espacial. Podemos ser mocinhos ou vilões. Podemos sorrir e chorar. Ninguém tem o direito de nos tirar a imaginação e os sonhos, por mais irreais ou distantes que eles possam parecer.

Nessas compras de fim de ano, ganhei uma caneca de um shopping com a seguinte frase: "Se ainda temos sonhos, ainda temos chances." É a maior verdade do mundo! Se podemos sonhar, podemos realizar, como disse o grande Walt Disney! Quer maior sonho do que a Disney? Um lugar onde todos sabemos que os personagens são apenas pessoas fantasiadas, mas que vestem as fantasias com tanto amor e tanta verdade, que nos sentimos num mundo mágico, como realmente é e como o Disney sonhou, tenho certeza! Eu tinha 13 anos quando fui à Disney pela primeira vez. Eu simplesmente chorei por não ter conseguido tirar uma foto com o Mickey. Nunca me esqueci da cena, nunca me esquecerei e sempre que me lembro, as lágrimas me voltam aos olhos e o mesmo arrepio me toma a espinha.

Meu pai me deu um livro uma vez, chamado "Nunca Desista dos seus Sonhos", de Augusto Cury. E eu nunca me esqueci que não devo desistir, por mais difícil que eles sejam. Se não lutarmos, não chegaremos onde queremos. Precisamos ter uma meta, mas para se chegar até ela, precisamos criar sub-metas, para tornar o caminho menos difícil e assim, seguirmos sempre, sem desistir. Vamos?

Achei umas imagens na internet que traduzem bem todo esse meu texto aqui. E deixo pra vocês a música que está me inspirando a escrever até agora: a maravilhosa da Adele!






Que todos possam desfrutar do último dia deste 2015, não pensando nas coisas ruins que aconteceram, mas em todas as coisas boas que sim, houveram, e com o coração cheinho de esperança que 2016 seja um ano muito melhor, em todos os sentidos! Os dias tem sido difíceis, mas sem fé nem esperança, eles se tornarão cada vez mais escuros. Não podemos deixar que isso aconteça, vamos vibrar positividade! Tudo o que emanamos, retorna para nós! Vamos vibrar luz para quem precisa e para nós mesmos. Assim, já estaremos tornando nossos dias mais iluminados e felizes! Quem topa?

Feliz Ano Novo! Feliz Ano Todo!



quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Reflexão de fim de ano

Movida pelo cliché de todo fim de ano, cá estou aqui refletindo...

Vejo todo mundo reclamando de 2015. Que foi um ano horrível, que querem que termine logo, que 2016 seja um ano melhor e todo o mimimi de sempre. Não discordo que 2015 foi um ano difícil, mas creio que a maioria das pessoas não parou pra pensar nas coisas boas que tiveram! Estar saudável, ter filhos saudáveis, ter um emprego, por pior que ache que ele é, ter uma casa pra morar, comida pra se alimentar, uma família pra cuidar e ser cuidado... Será que essas coisas não são o suficiente para se agradecer? Temos de agradecer somente por conquistas materiais? E quando precisamos, pedimos ajuda aos céus pra tudo, e se não conseguimos, praguejamos dizendo que Deus não é bom?

Vamos lá. 

Realmente 2015 foi um ano bastante complicado, em questões financeiras pessoais e governamentais. O mercado anda demitindo pessoas, estamos numa crise hídrica há mais de um ano e nada se fala. Agora nessa reta final, me aparece a microcefalia, causada pelo Zika Vírus, que por sua vez é transmitido pelo mesmo mosquito que transmite a Dengue. Todo mundo sabe do mal que esse mosquito causa e está só piorando. E agora é que as pessoas vão parar pra pensar e fazer sua parte? Enquanto era "só" um mal estar, tava tudo bem, mas agora que tem afetado bebês em vida uterina e depois fora dela, as pessoas estão espantadas? Ora, ora. A crise hídrica já nos afeta há muito tempo, mas só quando realmente a água começa a faltar nas torneiras, é que as pessoas decidem fazer algo e então reclamam.

Meu ano não foi melhor nem pior do que o de ninguém. Eu acho que cada um é que faz a diferença, para si e para os outros. Aprendi muita coisa neste ano, e sou muito grata por isso. Tanto que nem sei como agradecer, de verdade. Aprendi que reclamar, não vai fazer a situação mudar ou melhorar. Aprendi que como todos, eu tenho problemas, mas não posso me vitimizar achando que o meu é maior do que o do mundo. Aprendi a agradecer muito mais do que pedir, inclusive agradecer por momentos menos positivos, pois creio que aprendemos com cada acontecimento que passamos. Aprendi que a vontade sem fé, não funciona, e o contrário também. Aprendi que a paciência e a tolerância são sentimentos que movem o mundo, e estou aprendendo a exercitar a minha paciência.

(Re)Aprendi que tudo o que passamos, são conseqüências dos nossos próprios atos. Tudo o que nos acontece, é porque precisamos daquela experiência para aprender algo e evoluir. Nem sempre conseguiremos, mas se entendermos esse princípio, ajuda a compreender alguma coisa. Não existe castigo Divino. Deus não pune, Deus não castiga. Ele é justo e apenas permite que cada um colha o que plantou. Não consigo entender por que Ele nos criaria para nos castigar e nos fazer sofrer por sofrer, simplesmente.

Vi uma postagem ontem pelo facebook e compartilho aqui com vocês, para que reflitam e façam isso para o ano que vem: providenciem um potinho, do jeito que quiser, mas precisa ter tampa. Pode ser de vidro, de plástico, liso, com desenho, não importa. E a partir do dia 01/01/2016, passemos a anotar cada acontecimento bom que tivermos, e colocarmos os papeizinhos dentro desse pote. Não importa o acontecimento. Pode ser desde trocar de carro a sarar de  uma gripe. Vamos parar pra refletir mais sobre a nossa vida, o nosso dia-a-dia e sermos mais gratos pela nossa vida. Aposto que no final de 2016, os potinhos vão estar cheinhos de papeizinhos com toda a positividade que vocês receberam durante o ano todo! Vamos juntos?

Que possamos realmente dar significado ao nascimento de JESUS, que é o verdadeiro sentido do Natal. Trocar presentes e fazer confraternizações é muito bom, mas não basta fazer isso somente nessa época do ano. Vamos pensar em todo o amor e em todos os ensinamentos que o nosso Mestre nos deixou e tentar agir um pouquinho como ele: pensando mais no nosso próximo do que em nós mesmos, auxiliando alguém com uma palavra amiga, doando todo o nosso amor e carinho a quem precisa. Certamente a vida nos recompensará por isso!




sábado, 19 de dezembro de 2015

Gratidão

Quando eu escrevi o último post, compartilhei no meu facebook, pois queria que as pessoas marcadas nele, pudessem ler, e para algumas outras, enviei por mensagem por não tê-las no facebook.

Eu não imaginava que o post receberia tantas curtidas nem comentários, nem lá e nem aqui! Eu só quis registrar aqui, como em um diário, um pouco dos meus sentimentos e gratidão com as pessoas que estiveram envolvidas comigo em todo este ano. Foi realmente uma surpresa o que eu vi, não consegui responder para a maioria das pessoas, pois a cada comentário lido, eu chorava e acabei ficando sem palavras pra responder nada.

Gratidão é a única palavra que me vem à mente. Gratidão, gratidão, gratidão.

Como eu disse antes e digo sempre, nenhuma mãe imagina que vai ter um filho "doente". A gente sonha em ser menino ou menina, nas roupinhas que vai usar, no nome que vai dar, se vai ser médico, bailarina, jogador de futebol ou o que quer que seja. Nem nas noites em claro a gente pensa. Eu não pensava, pelo menos. E muito menos na hora do parto, que quando chegou, eu me apavorei de verdade, pois nunca havia entrado tão a fundo num hospital, meu contato máximo tinha sido alguma consulta e olhe lá! Minha primeira cirurgia na vida, foi a cesárea do Matheus, e quando a anestesia começou a ter efeito, a minha vontade era de arrancar os fios e sair correndo. Aí lembrei que não sentia as pernas pra correr. Aí lembrei também que eu estava ali pois meu filho ia nascer, eu ia poder abraçar e pegar no colo aquele bebezinho tão esperado. Mas ficar sem sentir as pernas foi demais pra mim rsrs

Não digam que uma mãe que tem um filho "especial", é especial. Mentira! TODAS AS MÃES SÃO ESPECIAIS E TODOS OS FILHOS SÃO ESPECIAIS! Acho que a maioria das pessoas pensa que dizendo isso, está elogiando ou incentivando aquela mãe. Não está! A gente não se sente especial por nada! A gente se sente um lixo, se sente culpada pelo filho ser/ ter algo diferente! A gente pensa que fez alguma coisa errada pro filho "ter virado autista"! Mas na verdade, o espectro autista sempre esteve ali, mas acabamos notando mais tarde, com o desenvolvimento daquela criança. O espectro não aparece do nada, ele nasce com a pessoa. Pelo menos, eu penso assim. A diferença deve estar no grau de comprometimento da criança, talvez.

Ter um filho diferente, não é privilégio para ninguém! Tampouco, um castigo. É algo que já estava programado, muito antes de nascermos. A gente faz curso de gestante pra aprender coisas básicas com os cuidados com um recém nascido, coisas da vida cotidiana e prática. Mas ninguém nos capacita a cuidar de um filho com necessidades especiais, em qualquer fase da vida. Pode uma mãe saber que vai ter um bebê com Síndrome de Down, que vai ter microcefalia ou qualquer outro tipo de intercorrência, mas não tem nenhum tipo de curso que a ensine como lidar com esse bebê. Assim como não existe nenhum tipo de curso ou ensinamento para qualquer mãe aprender a lidar com o filho que apresenta o espectro autista, algum tempo depois de nascido, ou mesmo uma criança que tenha algum mal depois de um pouco crescida.

Concluindo: a negação existe. O luto daquele filho perfeito idealizado, também existe. Mas são fases que passam. Graças a Deus, passam! E hoje lembrando disso, vejo quanto tempo eu perdi pelo susto e a vergonha, de poder ter um filho autista. "Mas como ele é autista se ele não fica se balançando?" Mas o autismo não é só isso. É algo maior e mais complexo para entender, mas que o tratamento se resume em amor, carinho e trabalho, muuuuuito trabalho! Quanto mais cedo e mais estimulada a criança for, maior a chance de desenvolvimento! O choro, a raiva, a indignação virão sempre. Mas elas não podem sobrepôr o amor por esses seres tão especiais e que precisam tanto da gente! A criança com espectro autista precisa do amor e do apoio de todas as pessoas ao seu redor, mas principalmente do amor da mãe. É uma ligação inexplicável, mas é algo ligado intimamente com a mãe, posso dizer isso por mim. É um resgate de almas que precisa existir, para que as duas vidas possam se somar e se completar! Fácil, não é. Mas impossível, também não!! ;)

Se com estas minhas simples palavras, eu conseguir tocar o coração de uma pessoa, ajudar uma única pessoa, já terei atingido meu objetivo. São palavras de quem já sofreu  muito e sabe que ainda vai sofrer, mas que aprendeu que o amor e o carinho sempre estarão presentes e precisam ser demonstrados para que a vida floresça! 

Beijos em todos! 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Fim de ano - texto looooongo...

Estou em casa com os meninos de férias esta semana, e passei esses dias ensaiando para escrever. E cá estou.

Um breve resumo: sou a mamãe de dois lindos mocinhos: O Matheus, de 8 anos e o Gabriel, de 4 anos. O Matheus faz parte do TEA: Transtorno do Espectro Autista. E é sobre ele o post de hoje.

Quando eu comecei o blog, tinha a intenção de falar sobre o desenvolvimento dele, desde a minha gravidez e por todos os anos. A correria me fez não conseguir escrever tanto quanto eu gostaria, mas eu acabei transformando este espaço, num diário, para eu poder desabafar quando precisasse, não queria ter um blog específico para o meu filho. E tudo isso aconteceu bem antes de eu descobrir que ele faz parte do transtorno.

Neste ano de 2015, ele cursou o 2o ano do ensino fundamental, que na minha época era a 1a série. Confesso que eu estava com muito receio de como seria esse processo de aprendizagem dele, devido a toda a dificuldade que ele tem na comunicação verbal, para organizar os pensamentos e na interação social. Há um ano, encontramos um neuropediatra fantástico, que nos orientou em algumas coisas e prescreveu uma medicação para auxiliar o Matheus na concentração e baixar um pouco a ansiedade dele, pois ele é desses que se não consegue algo na primeira tentativa, se frustra e não quer mais nem tentar.

Ele faz acompanhamento terapêutico/psicológico e fonoaudiológico desde os 3 anos (quase 4). Passados alguns anos, achamos que precisávamos mudar a profissional de fono, e por indicação da escola, encontramos a clínica onde ele está hoje e onde conseguiu grandes avanços! Com a nova avaliação fonoaudiológica, passamos ele também por uma avaliação com uma terapeuta ocupacional, da mesma clínica e ele faz as três terapias hoje. Ele tem terapia 4 dias por semana e no único dia que ele não tem, eu faço aula no Centro Espírita que frequentamos, e posso dizer que me ajudou muito durante todo este ano. Alguém pode se perguntar: Como organizar a rotina com escola e terapias? Como desembolsar esse valor todo mês? A resposta é: com muito amor, carinho, paciência, determinação e fé.

É trabalhoso? Sim. É caro? Sim. Mas penso que ele é meu filho e eu tenho de fazer o melhor que eu puder pra ele e por ele. E assim, faço para mim mesma e pra toda a família e amigos também! O Matheus foi um bebê muito desejado, planejado e sempre foi um bebê risonho e feliz! Não me lembro em que momento do seu desenvolvimento, que as características do espectro se manifestaram, pois nós só percebemos porque ele com 2 anos de idade, ainda não falava. Pensávamos que era coisa dele, que como ele não convivia com outras crianças nem outras pessoas sem ser eu e a vovó que cuidávamos dele no dia a dia, que ele podia ter esse "atraso", e que entrando na escola tudo ia se desenvolver. Mas não foi bem assim. Aceitar que havia algum problema foi bem difícil e ouvir numa avaliação que ele poderia ser autista, foi como cair uma bomba diante de nós, pais. Demoramos a assimilar que ele precisava de estímulo e tratamento e quando a ficha caiu, começamos imediatamente.

São anos de trabalho e estímulo. Dias e mais dias de choro, de irritação, de nervoso, de pensar em desistir de tudo. Mas mais dias ainda de amor, de carinho, de compreensão e de "retorno", com cada passo na evolução dele! E todas as coisas boas superam e muito, as dificuldades e é esse pensamento que nos move a continuar sempre e batalhar pelo bem dele acima de qualquer coisa! Ninguém é perfeito para sorrir a todo tempo, eu me irrito sim, eu perco a paciência sim. Mas isso não pode transpôr o amor que tenho por ele e que ele tem por mim, e não pode ser impeditivo para continuarmos na nossa caminhada! Ninguém em sã consciência, quando decide ter um filho, pede a Deus que te envie um bebê com qualquer problema que seja. Me arrisco a dizer que toda grávida, quando perguntada se prefere menino ou menina, responde: "Tanto faz, tendo saúde é o que importa!" E meu filho tem saúde, sempre foi saudável, lindo e forte! E vai continuar sendo assim em todos os dias de sua vida! Ele faz parte do espectro, mas não é doente, não tem de ser tratado como um! Ele é uma criança como qualquer outra e precisa das mesmas coisas do que todas as crianças! Ele apenas tem uma maneira diferente de estar no mundo, oscilando momentos em que participa de tudo e outros em que apenas quer ficar no cantinho dele. Mas, quem não é assim, não é?

Tivemos a sorte de encontrar uma escola maravilhosa, onde ele foi acolhido desde o primeiro momento, onde nos ajudaram com orientações, indicações e na melhor parte: no amor e carinho que todos tem por ele, até a tia Sonia da cozinha, que o chama de filho e pra quem ele chora quando é muito cobrado! Isso não tem preço! A professora deste ano foi parte muito importante do processo educativo dele, só um "obrigada", não seria suficiente! O Matheus estuda numa escola normal. Algumas atividades são adaptadas para o entendimento dele, mas o conteúdo é o mesmo do que para os amigos.

Ah, os amigos! São todos muito especiais para mim e ainda mais para o Matheus! Todos tem um sentimento de carinho, todos entendem que ele tem um jeitinho diferente de se expressar e de entender as coisas, e todos tentam ajudá-lo como podem! Crianças são mesmo anjos de Deus, enviados para que todos pudéssemos ter a chance de aprender com eles!

2015 foi um ano de muito trabalho, muito estímulo, de muitos altos e baixos, de muitas alegrias e de muita superação! Sem o trabalho conjunto que o Matheus teve, e sem a força dele mesmo, nada teria sido possível! Apesar de algumas pessoas não terem face, eu quero registrar aqui todo o meu agradecimento, todo meu amor por cada coisinha que fizeram pelo meu menino! (lágrimas nos olhos)

- Luciane: nossa terapeuta desde sempre, e digo nossa, pois você foi terapeuta não só do Matheus, mas de nós pais, também! Sei que o seu segundo semestre foi bem complicado, mas mesmo assim, você recebia o Matheus com todo o carinho e atenção. Sem todo o seu apoio, carinho e trabalho, o Matheus não teria se desenvolvido tanto!

- Michele: nossa fonoaudióloga que fez o Matheus se comunicar muito melhor com as dicas e o trabalho deste ano também! Obrigada pelo carinho, pela paciência e perseverança com o nosso menino!

- Fabiana: nossa terapeuta ocupacional, que faz o Matheus girar e rodar como ele gosta rsrs! Também com alguns probleminhas de percurso logo no início, mas que depois deslanchou e desejo que o seu trabalho avance cada vez mais! Sempre preocupada comigo, com a minha família! Muito obrigada por tudo até agora e vamos seguir sempre em frente!

- Prô Mary: nossa professora, que me escrevia na agenda todos os dias, resumindo como o Matheus ficou no período de aulas! Que ajudava a orientar como estudar, como fazer as lições de casa, que ajudou o Matheus a experimentar novas frutas e incorporá-las no dia a dia! Muito obrigada pelo seu carinho e paciência também, pois foram fundamentais no processo de aprendizagem do nosso menino!

- Duda, Guinevere, Henrique e João (amigos): vocês sempre foram muito especiais para o Matheus e para mim. Obrigada pelo carinho com o amiguinho de vocês e que vocês continuem amigos e juntos sempre!

- Fernandas,Carol e Paty (mães): obrigada de coração por entenderem que seus filhos tem um amigo um pouco diferente, mas que tem muito carinho pelos amigos! Ter visto a alegria do Matheus recebendo os amigos aqui em casa, foi muito importante pra mim. Vocês são demais e espero tê-las como amigas sempre também!

- Família: a cada um, obrigada pelo carinho e compreensão e desculpas por algumas ausências, devido a agenda apertada ou por talvez, não estarmos num momento muito bom e preferirmos ficar no nosso cantinho. O carinho de cada um de vocês é sempre muito importante para o nosso Matheus!

- Amor: por último, mas não menos importante. Obrigada por ter sido pai, quando eu não fui capaz de ser mãe. Obrigada pela paciência, pelo amor e carinho com o nosso filho. Obrigada pelas lições e estudos de Matemática haha! Obrigada pela companhia nessa jornada. Obrigada pela paciência, amor e carinho comigo. Desculpe pelos momentos não muito bons. Obrigada por entender minha jornada espírita e me ajudar a ver o quanto eu aprendi e o quanto eu preciso agradecer por ter me encontrado nisso. Te amo sempre e para sempre.

Obrigada Deus, por me enviar esse anjo para me ensinar tanto, para nos amarmos tanto e eu estar conseguindo me capacitar para cuidar dele como ele merece!!




sábado, 8 de agosto de 2015

Mente MAIS irriquieta

Eu queria escrever sobre algo bom, mas hoje eu tive um dia um pouco turbulento. E depois de pensar muito, a vontade de vir escrever me venceu e aqui estou.

Eu nunca acreditei no acaso, sempre tive convicção que as coisas acontecem por algum motivo. Algo pré determinado, para algum aprendizado na vida de cada um, independente de ser algo positivo ou negativo. Sempre temos o que aprender com cada situação que passamos. Mas o que aconteceu hoje, eu ainda estou processando e ainda não consegui entender qual a moral da história. Não vou escrever o que aconteceu, pois isso só cabe a mim e as pessoas envolvidas, mas escrevo meus pensamentos para tentar "desanuviar" a mente, pois ela está girando, girando, girando.,.

Nós temos a oportunidade da vida para aprender, crescer fisicamente, moralmente e espiritualmente, e cada um tem um papel na sociedade e uma missão espiritual a cumprir, a qual não sabemos mas o que sabemos, é que temos de andar no caminho do bem sempre, independente das adversidades que possam aparecer. Mas na prática, isso é bem mais difícil. "Não julgar". Quando piscamos, já julgamos, é inconsciente, ou inerente ao ser humano. Infelizmente é verdade.

No mundo em que vivemos, é difícil confiar nas pessoas. Se podemos nos decepcionar com alguém que conhecemos, que convive conosco, como confiar em quem nunca vimos na vida? Há situações em que isso é possível, a gente precisa disso, senão viveríamos presos em casa, com muros altos, cercas elétricas, vidros blindados e armas e foguetes embutidos, no caso de algum tipo de ataque. Seria horrível! Precisamos confiar em estranhos em algum momento da vida, para deixar nossos filhos numa escola, para escolher onde trabalhar, um médico para cuidar da saúde, e por aí vai... Se vivermos sempre na defensiva, sempre pensando negativamente antes de oferecer uma chance a alguém ou alguma coisa, acabamos atraindo negatividades pra perto de nós. E isso é uma outra coisa meio inerente ao ser humano, infelizmente também.

"Confiar desconfiando". Quem nunca ouviu ou disse essa expressão? É o que acontece, mas eu penso que se vamos dar um primeiro passo em direção a algo ou alguém, devemos ir de coração e mente abertos, esperando o melhor naquela situação e sempre elevando o pensamento a Deus, Jesus, ou o que cada um acredite, sempre pedindo proteção e orientação. Fazer algo por obrigação, com má vontade ou desconfiança, é confirmar que não vai dar certo. Não pelo fato em si, mas pelo que o pensamento atraiu. Eu penso assim, pelo menos.

Eu procuro sempre ter bons pensamentos e sentimentos, mas isso não significa que eu seja santa ou que eu consiga o tempo todo, muito pelo contrário. Só acho que quando estamos receptivos, recebemos o que precisamos ou o que queremos. Eu sei o que digo porque já tive essa experiência e venho tendo ao longo do tempo. Sei que algumas coisas acontecem para nos impedir de caminhar e crescer, mas também acontecem para nos alertar de alguma coisa. E é nesse pensamento que eu me esbarro com o que vivi hoje e não sei como concluir esse capítulo da trajetória que venho trilhando, pois não estou sozinha. Essa é a dificuldade: quando temos outras pessoas caminhando conosco, temos de pensar em todos, não podemos ser individualistas nem egoístas, e é aí que as coisas podem caminhar mais ou então, travar. E é essa a dificuldade que acredito que muitas pessoas passam.

Eu ainda não sei o que pensar nem o que fazer. Mas o que eu posso dizer é que decidir algo com a cabeça cheia, no calor do momento, com influências externas, não adianta e não é o certo. Eu estou aqui pensando sem parar, já com dor de cabeça, mas ainda não consegui tirar nenhuma conclusão mesmo escrevendo aqui, e já percebi que minha noite será loooonga... Mas ao mesmo tempo, sei que por um lado, isso é bom, pois sei que não vou tirar nenhuma conclusão precipitada e com isso, tenho mais chance de não agir por impulso ou errado. Assim espero.

E é assim que a minha mente sempre irriquieta, hoje está mais irriquieta...

terça-feira, 14 de julho de 2015

Devaneios... Reflexões... Ações!

Passei o dia todo com uma vontade louca de escrever, mas não sabia bem o que... Então agora consegui sentar aqui, coloquei uma música pra me inspirar e pronto. O título do post virá depois, pois ainda estou brigando comigo mesma pra descobrir sobre o que eu vou escrever.

Parei pra pensar em algumas coisas... No quanto somos seres imperfeitos em busca da tal perfeição. Será que ela existe mesmo? Será que um dia, conseguiremos alcançá-la? O que precisamos fazer para isso acontecer? Tá parecendo abertura do Globo Repórter, né? Hehe! Mas comecei a pensar mais nisso depois que comecei minhas aulas no Centro Espírita e eu sei que podemos nos melhorar a cada dia, mas me pergunto diariamente o que é preciso fazer para que a mudança seja feita. E não encontrei a resposta plena.

Digo isso, pensando em mim: eu sei que preciso emagrecer, por questões de saúde e claro, também por estética e auto estima. Eu tenho isso dentro de mim, sei que ninguém vai poder fazer isso por mim também. Eu me proponho a comer melhor, ter uma dieta mais saudável, começo mas por qualquer coisa, já ataco o armário de doces. Fico me sentindo um lixo e vou procurar mais doce. E isso passa a ser um círculo vicioso, do qual preciso sair e não consigo! Que desespero!

Concluí que "só" querer, não basta. Tem de haver algo maior, uma motivação, uma força de vontade extrema, que seja compensatória, digamos assim. Como se eu tivesse de pensar: "Tá, eu vou parar de comer doces. E o que eu vou ganhar de volta?" E tivesse de ouvir como resposta: "Você vai ganhar saúde, um corpo lindo e voltar a usar muitas roupas que estão encostadas dentro do guarda roupa." Eu já me fiz essa pergunta e já me dei essa resposta. O espelho não cansa de mostrar minha própria imagem e de me fazer não gostar do que vejo. Mas ainda assim, não estou conseguindo lutar sozinha contra a balança. Isso me entristece. Sei que é algo URGENTE, que eu já deveria ter feito e continuar fazendo pro resto da minha vida, mas eu simplesmente não consigo pensar em como tornar esse pensamento, um ato. Ou não conseguia.

Hoje me olhei no espelho e decidi tomar um rumo na minha vida. A tentação dos doces e guloseimas continua me assombrando, mas eu decidi que sou mais forte do que isso. Essa compulsão não pode me dominar. É como se um elefante tivesse medo de pulga, falando grosseiramente. Eu sou maior do que isso e vou conseguir superar, e principalmente, ME superar!

Todos nós deveríamos parar pra refletir, em algum momento, no que tememos, do que e de quem gostamos, o que sentimos e o que é REALMENTE IMPORTANTE para nossas vidas. E não deixar para agir no último instante, como estou fazendo agora. Não deixar se levar pelas imposições nem opiniões de ninguém, afinal somos seres únicos! Também não podemos nos acomodar e passar a vida pedindo a Deus que nos dê isso ou aquilo, mas sim, pedir que nos dê força física, moral, mental, espiritual, para chegarmos onde pretendemos, e agradecer sempre, a cada dia, por pior que ele tenha sido.

Eu agradeço por ter tido esse discernimento na tarde de hoje, e que eu permaneça assim sempre! Tropeços virão, eu sei que virão. Mas que eles não me abalem nem me impeçam de chegar onde eu quero: no topo!

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Sentidos da vida

Eu ando muito reflexiva ultimamente rsrs... Fazendo jus ao nome que dei ao blog, pois eu realmente tenho uma mente irriquieta! Meu cérebro funciona 24h por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano, incessantemente! Tem noites que é irritante o sono brigando com o pensamento, tipo o anjinho e o diabinho haha!

Eu comecei a falar bastante do meu filhote aqui, mas o blog não é somente voltado a ele. Eu decidi escrever aqui para poder externar meus pensamentos e sentimentos, e não expor meu filho, minha família nem aparecer ou me fazer de vítima.Tem dias melhores e outros piores, mas isso não nos dá o direito de nos achar melhores ou piores do que ninguém.

Nos piores dias, dias de crise, de gritos, choros e descontroles, eu tenho vontade de largar tudo, de parar com escola, terapias e tudo mais, acabo pensando que nada está adiantando e no momento de nervoso, tenho esses pensamentos. Mas como eu costumo dizer, AINDA BEM que entre cada dia, há uma noite, em que podemos nos acalmar, refletir e continuar. E eu paro pra pensar que o que eu passo, é infinitamente menor do que tanta gente passa, e também infinitamente maior do que outras tantas pessoas. Isso não me faz mais ou menos feliz, me faz pensar que cada um vive o que precisa viver. Aquela família feliz, de comercial de margarina, estava programada pra isso. Assim como aquela família que tem uma criança com alguma deficiência física ou mental grave, que não anda, não fala, não se alimenta. Tem a minha família, que eu agradeço todos os dias por existir e por eu fazer parte dela!

A gente pode pensar que está no lugar errado, com as pessoas erradas a nossa volta, mas a verdade é que NÃO. Cada um está no lugar exato onde deveria estar, onde se programou para estar. Não existe injustiça Divina, como muitas pessoas devem pensar. Se Deus é justo e bom, então temos de pensar que o que estamos vivendo aqui na Terra, é fruto do que plantamos numa existência anterior, e que tivemos de resgatar agora. Por que existem pessoas extremamente ricas, desperdiçando dinheiro e outras com condições menos favoráveis e que ainda assim, se esforçam pelos seus semelhantes?

Se fizermos uma pesquisa com 100 pessoas, perguntando qual o sentido da vida para cada uma, possivelmente teremos uma resposta diferente para cada pessoa. Para algumas, a vida pode se resumir em trabalhar, para ter sucesso profissional, outras para ganhar dinheiro, outras viajar, outras serem famosas, outras serem voluntárias e por aí vai... Não há uma resposta certa nem pronta para essa pergunta, o que vale é a individualidade e se você vive para o bem, como diz o ditado "Fazer o bem sem olhar a quem."

Eu ainda não descobri qual minha missão nesta vida, mas eu sei que eu quero o bem das pessoas que me cercam e de quem eu também não conheço. Financeiramente eu não tenho como ajudar no momento, mas estou sempre disponível para ouvir, conversar, sorrir, abraçar... Minha forma de ajudar é emprestando meu tempo, "meus ouvidos" para quem quiser conversar, e eu sempre fui assim! Passo por cima dos meus problemas e angústias para estar com alguém que precise de mim. Tenho vontade de ser palestrante na Casa Espírita que eu frequento. Sei que o caminho é longo, mas já comecei a estudar e sei que estou no caminho certo, me sinto muito bem estando lá e vou batalhar e me esforçar para conseguir! Não sou nenhuma santa com auréola em cima da cabeça e nem anjinho com par de asas, não tenho nenhuma pretensão de ser e acho que ninguém veio aqui pensando nisso. Sei dos meus defeitos e qualidades, sei onde tenho de melhorar e tenho me esforçado pra isso.

O que eu posso resumir de tudo isso: o sentido da vida é nos reconhecer como somos, poder nos melhorar onde precisamos, estar sempre aprendendo, sempre em movimento e SERMOS FELIZES E FAZERMOS OS OUTROS FELIZES!



terça-feira, 7 de julho de 2015

Criando

Meu último post foi sobre superação. Este poderia ter o mesmo nome, mas seria muito repetitivo, apesar dessa palavra ser uma constante por aqui, ultimamente.

Acho que estamos todos nos superando a cada dia, a cada instante. Temos de nos superar sempre, nossos limites, nossos planos, nossas vontades. Acredito que só assim, conseguiremos evoluir e atingir nossas metas, ou pelo menos, parte delas. Sem luta, sem batalha, não há vitórias!

Muitas vezes nos perguntamos o porque de algo acontecer conosco ou com alguém que convive conosco. Por que comigo, se faço tudo tão direitinho e com fulano ou ciclano não acontece, e fulano tem uma vida desregrada e eu não. Não temos como comparar a vida de ninguém com a nossa, isso não é justo! Cada um tem o que precisa e não tem exatamente pelo mesmo motivo. É normal do ser humano, reclamar, indagar, se revoltar, mas se pararmos de olhar somente para o nosso próprio umbigo, veremos o quão difícil pode ser a vida daquele que mal conhecemos e julgamos, frente aos nossos desafios. Então temos de parar pra pensar e refletir se o que estamos reclamando, tem fundamento.

Eu não sou nenhum anjo de candura, não sou exemplo a ser seguido, só digo o que eu mesma penso. Eu me vejo reclamando tantas vezes e quando paro pra pensar, peço perdão, pois sei que a minha dificuldade pode ser imensa aos olhos de algumas pessoas, mas muito pequena a outros olhos. E sempre será assim. O sofrimento e a raiva são sentimentos que sempre farão parte da vida humana, mas não podemos deixar com que eles tomem conta de nós e nos amargurem.

Nossa caminhada com o Matheus já tem alguns anos e sei que teremos muitos ainda pela frente. Tem dias que dá vontade de jogar tudo pro alto, mas tem dias que só quero agradecer por nunca ter desistido, por sempre ter Ele lá em cima olhando por nós e nos dando força a cada dia. São nesses momentos gratificantes que tenho mais certeza de que Deus existe, Anjos da Guarda existem, e estão sempre presentes e nos auxiliando.

Ontem foi um daqueles dias em que nada estava bom. Usando o computador, chorava. Vendo DVD, chorava. Brincando com carrinhos, chorava. Sei lá por que, chorava. Mas ao final da tarde, fui pega de surpresa, com uma produção dele. Algo que nunca havia acontecido antes. Enquanto eu me pegava "discutindo" com o irmão pra dormir a tarde, ele desenhava, em silêncio. E aproveitei para pedir mais e mais. E ele correspondeu a altura! Ele nunca havia feito nenhum desenho assim, parecido com o real! Ele já pegou um modelo pra desenhar, mas nunca havia usado as cores reais e nem feito traços parecidos com o que via, sempre saía tudo distorcido, mas ainda assim, sempre o parabenizávamos, afinal era a produção dele e o que ele conseguia naquele momento. Mas ontem foi mágico!

O primeiro foi o Buzz, colocando o boneco em frente a ele e desenhando. E com os outros foi da mesma forma, somente com os últimos eu não vi, pois não estava em casa. E compartilho aqui com vocês a minha alegria e minha certeza de que tudo se encaminha no tempo certo. Basta a gente querer, plantar, regar e depois colher com toda certeza!








quarta-feira, 24 de junho de 2015

Superação e Gratidão

Eu redigi todo o texto abaixo, no dia seguinte da apresentação de Festa Junina do Matheus, mas não o postei antes pois queria deixar aqui o link do vídeo que eu fiz, mas não estava conseguindo logar no youtube. Hoje finalmente eu consegui, então aqui está o post, mesmo um pouco atrasado, mas sempre atual!


Meu post hoje é sobre agradecimento. Agradecimento pelo dom da vida, pela chance de poder viver cada novo dia, de ter a família que eu tenho, de ser abençoada com saúde, com inteligência e de ter as pessoas certas no meu caminho!

Dia 14/06 foi a apresentação da Festa Junina da escola dos meus pequenos, e eu estava BEM ansiosa (como se isso não acontecesse nunca haha!), pois era a primeira apresentação do Gabriel e digamos que uma reapresentação do Matheus. Ou da apresentação de um novo Matheus. Eu já sabia que a turminha do Gabriel ia dançar "Capelinha de Melão", porque ele vivia cantarolando aqui em casa mas não sabia os passinhos todos, que ele fez lindamente! Chorei já aí.

E por último, veio a turminha do Matheus, junto com o 3o ano. E só com as palavras da diretora anunciando, meus olhos se encheram de lágrimas. Eu sabia que a apresentação deles seria do "Mamulengo", que é algo do nosso folclore e ele teve um trabalhinho para fazermos um boneco de meia. Mas para a apresentação, eu soube que as crianças seriam os bonecos! Já me imaginei com um rolo de papel higiênico na mão! Começando a apresentação: as meninas, fantasiadas de caipiras mas parecendo bonecas de pano, dançavam e cantavam e eu me perguntava onde estavam os meninos. Então eis que os vi, enroladinhos no chão, esperando a hora deles! As meninas os puxavam como se fossem bonecos de pano, foi lindo demais! A superação dele foi em conseguir esperar para ser a última turma a se apresentar e esperar quietinho no lugar dele até ele poder levantar e dançar! E ainda dançou com duas meninas (pois tem mais meninas que meninos rs), me presenteando com duas norinhas de uma vez só hehe! Foi emoção pura, não tem palavras que descrevam esse momento especial para nós!

Por isso eu disse que o tema deste post seria superação e gratidão. A superação que meu filho vem conseguindo a cada dia, é demais! Acontece a olhos vistos de todos que conseguem se direcionar a ele! Não há um dia igual ao outro, para ninguém, e para uma criança "diferente", também. Temos os dias difíceis, os gritos sem explicação, os risos idem, os carinhos, o amor e a superação! E tudo isso só é possível com as pessoas que estão em nossas vidas, fazendo a diferença na vida do meu filhote lindo! A escola, que desde sempre o acolheu (e a todos nós), que tem todo o carinho e paciência do mundo com ele, que se interessa pelo progresso dele, que se preocupa com sua integridade e sempre compartilham conosco, a vidinha escolar dele! A terapeuta "Lulu", que desde o início se preocupou em acolher nós, pais, para que nós pudéssemos acolher o Matheus como filho e está sempre presente, dentro e fora da terapia. A fono Michele e a terapeuta ocupacional Fabiana, que apesar de estarem conosco há pouquíssimo tempo, já tem feito muita diferença na vida dele! O carinho com ele é nítido e a torcida pela evolução, ainda maior! Tanto que ele já conseguiu falar o nome da tia, sem trocar a letra como o Cebolinha! "Tia DéboRa!" Quer maior motivo de superação e gratidão? E ao neuro Dr. Rubens, último mas não menos importante, pelo olhar atencioso, carinhoso e pelo medicamento, que ajudou, na mudança atrapalhou mas estamos tentando acertar e fazer a diferença também!

Às vezes eu choro, eu me irrito, me descabelo e penso em desistir de tudo. Quem nunca teve um dia ruim na vida? Mas eu paro e penso nos progressos que ele teve e vem tendo sempre, penso em crianças presas a uma vida em hospital, em cadeira de rodas, em pessoas em estado de coma, enfim... E agradeço pelo meu filho SÓ ter caraterísticas do espectro autista e poder ter um prognóstico de vida normal! Agradeço por poder ter ouvido "mamãe" pela primeira vez e continuar ouvindo! De sentir que mesmo eu estando brava, eu sou amada por ele e ele saber que eu o amo, independente de qualquer coisa!

Deixo aqui o link da apresentação dele, meio de longe, meio tremida e desfocada, mas de uma mãe extremamente emocionada!

https://www.youtube.com/watch?v=M5XGUtVMvcw


terça-feira, 9 de junho de 2015

Refletindo

Precisei de muitos dias para pensar, refletir e vir escrever.

Minha última semana teve:
- pais viajando;
- eu trabalhando o dia todo;
- um diagnóstico difícil;
- falta na fono do filho por causa de trânsito por uma greve de trens;
- uma aula abençoada, emocionada e com entendimento do que me fez estar lá;
- feriado pra animar, com ida ao Disney on Ice;
- um encontro infeliz que desestruturou meu filho e a mim;
- uma saída com as meninas do trabalho (menos uma) pra relaxar

Posso ter tido uma semana de altos e baixos, mas ainda assim, considero que foi uma semana positiva! Quando passamos por momentos difíceis, ruins ou duvidosos, é quando paramos para refletir e então com calma, amadurecemos pensamentos e sentimentos! Se não permitirmos que acontecimentos ruins abalem nossa estrutura e nossa fé, se aprendemos com cada fato da vida, se conseguimos enxergar algo bom no meio de um turbilhão de coisas, então atingimos o objetivo de nos melhorar e compreender que precisamos passar por todo tipo de situação para evoluirmos.

Que ninguém se engane, pensando que eu sou uma pessoa zen, calma, que não se irrita, que não chora, que não sofre. Eu sou humana, de carne e osso, e não tenho intenção de criar um par de asas e virar anjo! Se eu quero me melhorar? Sempre! Mas ter o conhecimento disso, não faz com que não soframos com algo, não tira nossa irritação ou sofrimento com alguma coisa, mas faz com que isso seja passageiro. De nada adianta chorarmos, blasfemarmos se nada fizermos! O trabalho, o amor e a caridade são as bases da nossa evolução! Temos um problema? Podemos nos irritar, podemos chorar, mas o problema não vai se resolver com nossas lágrimas ou nossas palavras duras, mas sim, com pensamento e trabalho!

Sobre o encontro que nos abalou e me fez pensar em muitas coisas: uma mulher que diz que Deus fala com ela. Não questiono isso, pois sei que existe, mas questiono a forma com que ela usa as palavras, pois ela só profere coisas ruins, erradas ou acha que está profetizando quando na verdade, ela não poderia fazer isso. É algo que nunca vou saber e nem quero, mas preciso que essa sintonia não exista mais. Na gravidez do Matheus, ouvi algumas coisas dela que me abalaram (conto em outro post) e depois de muito tempo, nos encontramos novamente, na casa dos meus avós. Ela pediu para orar nele, e foi só ela chegar mais perto que ele se agitou todo e ficou totalmente desestruturado. Voltamos na casa dos meus avós no dia seguinte, e novamente ele se agitou demais, mesmo sem a presença da mulher.

Então juntei esse fato, com coisas que ouvi dela na minha gravidez e com a fala mais recente da psicóloga dele, de "tudo bem vocês falarem que o Matheus é autista, mas vocês nunca vão ouvir isso da minha boca", e o resultado foi: e se ele realmente não tiver nada físico? E se realmente o que ele apresenta aqui, são "traumas" do espírito? Ele pode ter se sentido rejeitado enquanto estava em meu ventre? Ele podia estar programado para vir de uma forma e não deu certo? Durante o preparo dele para o reencarne, pode ter havido alguma mudança de planos? Ou ele simplesmente já estava programado para vir dessa forma e eu, para aceitá-lo? De fato, nunca saberemos enquanto estivermos aqui, mas as dúvidas e o pensamento ficam.

O que eu entendo é que ele é meu filho, me foi confiada sua vida, seus cuidados, e farei isso enquanto me for permitido! Ele me aceitou como mãe e eu o aceitei como filho e é isso o que realmente importa e deve ser levado em conta. Continuaremos na nossa luta e busca diária pelo melhor na vida dele e em todas as nossas vidas! Que possamos sempre enxergar e seguir no caminho do bem, não deixando que energias menos positivas tomem conta de nós!

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Palavras

Fiquei pensando num post que uma amiga me marcou, e fiquei com vontade de escrever... Não sabia ao certo que título dar a este post, por isso escrevi só "palavras".

Nada do que você disser a uma mãe com um filho(a) autista, parece consolar a ela. Ou tudo o que você disser, ela vai ouvir com atenção acreditar nas palavras que está ouvindo. Tudo depende do estágio em que aquela mãe está.

Eu explico: nenhuma mulher no mundo, decide engravidar pensando que pode ter um bebê "imperfeito". Pensa? Eu nunca pensei, principalmente por eu ter planejado demais o Matheus, fui ao meu ginecologista antes de engravidar e saber o que eu precisava fazer e tudo mais. Me cuidei direitinho, curti tudo, passei muito bem, tirando o susto em ter passado pelo erro no sexo dele. Posso falar mais sobre isso em outro post, pra quem não souber da história.

Quando a gente vê que nosso filho tem algo diferente do que nos filhos dos outros, a gente tenta ser detetive e descobrir sozinhas. Ou a gente tenta disfarçar e dar desculpas como explicações. "Cada criança tem o seu tempo" e por aí vai. Sim, isso é verdade, mas temos de atentar para as marcas de desenvolvimento esperadas. No caso aqui, o desenvolvimento motor foi todo dentro do esperado, o que ficou pra trás foi mesmo a fala e a interação social.

Pra uma mãe que já sabe desde a gravidez que seu bebê vai nascer com um dedinho faltando, ou que vai ter Síndrome de Down ou qualquer outra coisa, não fica mais fácil em aceitar. Mas creio que já seja um preparo para o que está por vir. No caso do autismo, ele vem depois do nascimento e também não é de imediato que se identifica. Receber o diagnóstico é quase que ver aquele filho idealizado, morto, para depois do luto, nascer "um novo filho", aquele que realmente teremos e cuidaremos. O autismo não tem características físicas marcantes que alguém olhe e saiba que a criança tem algo diferente. Mas para olhares "treinados", de quem convive com o espectro, dá pra notar algo sim. Há algo no olhar, no andar que a gente acaba percebendo.

Por isso, quando o diagnóstico ainda é recente, estamos passando pela fase de negação e luto, onde não queremos enxergar o óbvio nem aceitar o diagnóstico. Nessa fase, as pessoas podem conversar conosco com a melhor das intenções, mas não vamos filtrar nada do que ouvirmos, pois não estamos aceitando (ainda) ter um filho autista. Há pessoas que botam mais lenha na fogueira e dizem coisas que não deviam, e acho que aí mora o perigo, das famílias se fecharem ainda mais e acabar não procurando tratamento adequado para a criança e escondê-la do mundo.

Após essa fase de negação e luto, as coisas começam a ir clareando e a aceitação vai melhorando. Conforme o diagnóstico, a idade da criança, os profissionais que irão atendê-la e o grau de comprometimento, é possível ter ótimos resultados! Mas cada caso é um caso, e o que vale pro vizinho nem sempre vale pra gente, né? O que importa é procurar a melhor assistência que puder, e saber que os pais vão precisar SIM, de terapia se acharem necessário. A psicóloga do Matheus eu digo que é nossa psicóloga, pois ela acaba trabalhando muito mais eu e meu marido do que o próprio Matheus.

A gente se culpa por várias características que a criança tem, mas nada foi causado por nós. Há uma diferenciação no cérebro do autista, por isso essa visão diferente do mundo que eles tem. Eu li pouco a respeito disso ainda, mas volto aqui com mais informações depois. E também como no meu último post, não podemos descartar a vivência passada daquele espírito que habita o corpo atual. Nada pode ser descartado e no livro que estou lendo, diz que a medicina deve se aliar à espiritualidade para conseguir melhores resultados em diversas áreas. Eu acredito muito nisso!

Portanto, se tiver algum amigo ou conhecido que tenha um filho autista, tente dar suas melhores palavras e não a julgue mal se ela parecer não aceitar ou dar contra tudo o que você disser. Ela não está passando pela melhor fase, mas depois vai compreender melhor tudo e vocês poderão conversar mais abertamente sobre o assunto. O importante é demonstrar que você está ali pro que ela precisar, e dizer e demonstrar com gestos, que não vai deixar de amar o filho dela e nem a ela! A gente precisa de muito carinho e colo nessa fase, e creio que o tempo todo, pois não tem um dia igual ao outro, não é mesmo?

Por último: eu falei o tempo todo aqui na palavra AUTISMO. Esse termo não se usa mais, mas é o mais fácil, por isso ainda continua em uso. O certo é TEA - Transtorno do Espectro Autista, ou TGD - Transtorno Global de Desenvolvimento, quando a criança tem traços do espectro, mas de forma global, podendo não ter todas as características "esperadas".

Não quero me tornar especialista no assunto, não quero dar aulas nem palestras sobre o assunto. Meu intuito aqui é conversar comigo mesma e se eu puder ajudar alguém com minhas palavras e experiência, terei atingido meu objetivo: de ajudar alguém.

:)
<3

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Pensamentos, pensamentos, pensamentos

O próprio nome do blog, me define: tenho uma mente irriquieta. Até demais pro meu gosto. Sou um ser sempre pensante, independente do assunto, do dia e da hora, já que parece que meu cérebro sempre resolve me presentear com um brainstorm quando vou (tentar) dormir. É incrível!

O assunto da vez é: autismo e espiritismo. Sim, eu tenho um filho autista e sim, eu sou espírita. Mas vamos por partes:

No último final de semana, eu postei algo no meu facebook e citei a palavra autismo. Imediatamente, uma pessoa me chamou inbox, para perguntar quem era autista e como eu descobri. Mas é óbvio que essa pessoa sabia de quem eu estava falando e não aguentou a curiosidade em me chamar e "assuntar", apesar de nunca conversar comigo em "dias normais". Enfim, resposta objetiva dada, seguiremos em frente.

O autismo ainda é assunto que causa espanto nas pessoas, e não entendo por que. Deve ser por ainda não terem descoberto o que causa esse transtorno, e isso causa muita curiosidade nas pessoas. Eu mesma tinha a idéia de que autista, era aquela criança ou adulto que vivia se balançando o tempo todo e contando os dedos. Isso existe, nos casos mais comprometidos, mas eu não tinha idéia de que uma pessoa autista, poderia ter um comportamento normal, levando-se em consideração, o retraimento social. Vocês sabiam disso? O meu intuito não é passar aqui, estatísticas de ocorrências de autismo no mundo, afinal sou só mãe e não pesquisadora nem especialista. Eu preciso tentar entender o meu filho e com isso, tentar ajudar outras pessoas que passem pelo mesmo que eu, ou algo parecido.

Eu comecei o blog quando descobri a gravidez do meu filhote caçula, e acabei fazendo um diário da gestação aqui. Pensei em apagar os posts antigos, mas decidi manter, afinal, são recordações pra mim mesma, né? Então vamos ao que interessa: o Matheus e o autismo. Na verdade, ainda não temos certeza do diagnóstico dele, pois segundo o neuropediatra dele, ele se enquadra no espectro autista, ou no TGD (Transtorno Global de Desenvolvimento), podendo ter um autismo de grau leve, ou um transtorno de linguagem mais severo. As características são muito próximas e interligadas, então temos de ter cuidado em não rotulá-lo e de repente, partirmos para um tratamento que não seja exatamente o que ele precisa.

Quando começamos a buscar opiniões, avaliações e afins, e ouvimos a hipótese de autismo, nos estagnamos. O Matheus não se encaixava naquele padrão esteriotipado de quem fica balançando o corpo pra frente e pra trás e nem contando os dedinhos. Não, ele não era autista. E então ficamos um bom tempo digerindo aquilo e parados no tempo. No início da gravidez do Gabriel então, após um puxão de orelha da minha mãe, procurei a psicóloga que ele faz terapia até hoje e uma fono, que hoje já não cuida mais dele. Hoje eu penso que perdemos um tempo precioso nesse início, quando ele tinha 3 anos e começou a fono com praticamente 4 anos. Mas na falta de informação, na falta de buscarmos informação, foi o que aconteceu. O famoso tampar o sol com a peneira...

A mudança dele foi quase imediata após começar com a Luciane, psicóloga/psicanalista. Há quem ache isso um absurdo e que terapia para autista é psicologia comportamental. Mas a psicanálise tem dado resultado para nós, então mudar está descartado por enquanto e enquanto a terapia continuar dando orientação e resultado. O desfralde foi feito quando ele tinha 4 anos, nós não sabíamos se ele seria capaz de avisar quando precisasse ir ao banheiro, mas o processo foi MUITO rápido. E sempre a fala da terapeuta em dizer que o Matheus entendia tudo sim, que o fato dele não conseguir se expressar com a fala, não significava ele não compreender o que as pessoas diziam. Mas em algum outro post eu falo mais sobre as terapias dele.

Bom, então vcs se perguntam onde o espiritismo entra nisso. E eu respondo: EM TUDO! Não sei dizer há quanto tempo eu sou espírita, pois eu sempre li muitos romances espíritas e tinha algum conhecimento básico da doutrina, mas nunca tinha lido nenhum livro técnico nem nunca frequentado um Centro Espírita. Não por medo ou falta de vontade, mas eu não queria ir sozinha, então fui adiando, adiando... Até que soube que uma amiga frequentava um Centro, já tinha tido a indicação de uma outra pessoa para passar nesse mesmo local, e então com inventivo e companhia da minha mãe, fui com o Matheus. Meu marido não aceitava muito bem essa idéia, mas não se opunha de eu ir com ele, e assim foi. Ele melhorou MUITO após o tratamento com os passes, foi demais mesmo! E depois de alguns meses, meu marido aceitou conhecer o Centro, assistiu a uma palestra pra ver como era, do que falavam, acabou gostando e entrou em tratamento também, e assim toda a família toma passes semanais e tentamos nos harmonizar!

Mas o que isso tem a ver com o autismo? Bom, eu comecei a estudar no Centro, são 6 anos de curso sobre a doutrina, e estou amando! Então eis que fui a uma feira do livro espírita e me entupi de livros, dentre eles, dois sobre autismo, um romance espiritual que me decepcionou, pois dava a entender que era uma coisa e era outra, e outro que estou ainda muito no comecinho, chamado AUTISMO - uma leitura espiritual. E como é que eu nunca parei pra pensar nisso?? Todos nós somos espíritos que já vivemos antes de estarmos aqui, hoje. E o espírito carrega vivências passadas, por menos que a gente não se lembre disso no presente. E também a nossa reencarnação é toda combinada antes de virmos. O espírito se prepara para voltar à Terra, ele se lembra de pontos de que precisa mudar, resgatar, tanto consigo próprio como com outras pessoas e inclusive o nicho familiar a que vai pertencer, sendo uma pessoa saudável, portadora de deficiência física, mental, etc. Tudo é programado, pelo menos eu creio nisso. Então compreendo que foi uma condição escolhida por ele, de reencarnar assim, e eu aceitei recebê-lo dessa maneira. Mas por que é tão difícil de lidar com isso aqui?

A professora do curso (ela gosta que chame de orientadora rs) é uma pessoa super esclarecida, fala muito bem, sabe brincar e sabe ser séria, então eu enviei um email a ela sobre a primeira leitura que fiz. Ela só me respondeu dizendo que uma vez ouviu pessoalmente de ninguém mais, ninguém menos, que CHICO XAVIER, que o autista é o espírito que não aceitava reencarnar. E no livro que comecei a ler, uma psicóloga americana, sugeriu que o autista é o espírito que não aceita a atual reencarnação. É um assunto polêmico, que dá pano pra manga sim, mas é algo plausível. Não tenho como me aprofundar pois não li mais nada a respeito, mas prometo voltar quando tiver mais informações.

Quis aqui, dizer que sim, tenho um filho autista e sim, sou espírita, mas não preciso ficar falando disso o tempo todo, não preciso expor minha vida pessoal aqui, pois só interessa a mim e minha família. Estou sempre disposta a ajudar quem precisar e me procurar, com todo prazer! Não tenho o menor problema em falar sobre nada disso, mas já passei pela fase de negação sim. Faz parte do processo, é normal. Mas tudo isso passa, tem de passar, afinal é o futuro do meu filho que está em jogo, e de tantas e tantas outras crianças por aí.

domingo, 8 de março de 2015

Dia da Mulher... O que é ser mulher?

Eu fico muito tempo sem escrever, mas quando venho, é porque preciso botar pra fora o que estou pensando e sentindo, para não explodir...

Hoje é o Dia Internacional da Mulher. Mas o que isso significa? Por que temos de ter um dia específico pra comemorar? E comemorar O QUE?

Postei ainda pela manhã no meu face, e falando por mim, sem julgar ninguém. Eu não sou super heroína, não quero ser e não quero que me vejam como uma. Eu só quero ter o direito de ser uma mulher comum, que erra e acerta, e erra tentando acertar. Que erra e espera um apontamento justo, cordial, e que quem aponta, ajude a melhorar e acertar numa próxima vez. Que faz o seu melhor, sempre pensando que poderia ser ainda melhor, que se sente frustrada quando algo não sai do seu agrado, quando não consegue atingir o que queria, e se frustra ainda mais, quando ouve de outro alguém, que não deu certo por não ter se esforçado. Creio que a maioria de nós, mulheres, se doa o tempo todo, ao marido, aos filhos ao trabalho, aos amigos, aos estudos, e quando se dá conta, acabou não fazendo nada por si própria. Temos aquele olhar de que temos de estar sempre prontas, que temos de cuidar da casa, dos filhos, trabalhar fora para ajudar na renda familiar e estar sempre maquiada e perfumada a disposição do marido. Isso é igualdade??

Eu quero ter o direito de ir e vir, quero ser tratada com respeito, dignidade, carinho. Não acho que a mulher é o sexo frágil, isso não existe. Nós sabemos ser fortes quando precisamos - e diga-se de passagem, somos fortes na maior parte do tempo. Não quero ter sempre razão, não quero sempre ter de decidir tudo, de planejar tudo, de dar conta de tudo, pois isso é humanamente impossível, e eu estou aqui, na condição de humana, para aprender a melhorar, a resgatar pendências passadas, pois se não fosse assim, se eu realmente fosse santa, heroína ou mártir, não precisava ter reencarnado e estar aqui na Terra neste momento, não?

Estou fazendo o primeiro curso de muitos, no Centro Espírita que frequento, e estou gostando muito! A cada palestra, cada aula, tento refletir no que posso melhorar, mudar, ajustar, e vejo o quão imperfeita eu sou! E que por mais que eu pense que posso melhorar, muitas vezes quando percebo, já agi errado! Principalmente com meu filho Matheus, que precisa tanto de mim, ainda mais por saber que estamos aqui para nos resgatar, e me vejo impaciente, gritando, ao invés de ampará-lo. É muito sofrido sentir isso, saber que tenho de agir diferente, mas no momento aparece aquela onda e me tira do eixo. É o que eu costumo dizer, que na teoria, tudo é fácil, mas na prática, nem sempre conseguimos agir. É muito dura essa realidade...

Nessa semana que passou, meu filho teve um episódio bem ruim na escola, como há muito tempo não acontecia. Claro que fiquei muito chateada e brava, conversei bem dura com ele, contei para o pai também, e naquela noite em casa, ao fazermos a lição de casa, por eu ficar corrigindo o que ele estava fazendo (escrevendo fora da linha), ele ficou muito nervoso, chorou, gritou, eu perdi a paciência, meu marido também, e o resultado foi um desastre total. O resultado foi que estamos sem nos falar, como sempre acaba acontecendo, pois ele se fecha e não me procura pra conversar nunca. Deixa passar uns dias e acha que vai ficar tudo bem. Mas não fica. E muitas vezes eu tenho que respirar fundo e fingir que ficou tudo bem, senão não sei o que aconteceria. Eu o amo muito, mas ele é muito fechado e muito cabeça dura e orgulhoso para procurar alguém para conversar. E eu digo só conversar, e não se desculpar por ter agido errado, pois nesse episódio, nós dois erramos, mas ele ficar sem falar comigo, não seria o caso.

Ele diz que faz pequenos gestos para nos reaproximarmos, e que eu ignoro e então ele se fecha e se afasta. Mas eu digo que pra mim, sem conversar e colocar os pingos nos i´s, não vai ficar tudo bem. E que se eu não o procurar para conversar, que ele nunca vem atrás de mim, eu me sinto abandonada, largada, e ele não entende, falando que faço drama. O fato que eu acho que ele ainda não entende muito bem, é que temos dois filhos, sendo que um deles, precisa de atenção especial, diferenciada, o que toma muito tempo. E que não temos um tempo só nosso, como casal, e isso está minando o nosso casamento dia após dia. A nossa rotina se resume em ele trabalhar o dia inteiro, eu fico em casa com as crianças de manhã, levo para a escola e trabalho a tarde, os busco e em casa, temos poucas horas para fazer lição, arrumar o jantar, mal conseguimos conversar pois os meninos quase não deixam,e já é hora de dormir pra começar tudo de novo no dia seguinte. Se tivéssemos com quem deixar os meninos, digamos que um sábado por mês, acredito que conseguiríamos sair um pouco do ambiente familiar e sermos só um casal. Por mais que conversemos sobre a casa e os filhos, mas seríamos só nós dois, num ambiente fora de casa, pra tentar resgatar o romance e a sanidade mental e emocional. Mas ele também não entende isso.

Hoje estou especialmente chateada, por tudo isso e por ser o dia da mulher, onde nem um parabéns eu ouvi. Não esperava ganhar nem um bilhetinho escrito, pois isso não acontece há muitos anos, mas um parabéns dito, já me faria feliz. Mas ao contrário disso, passei o dia bem pra baixo.

Por isso, meu questionamento sobre o Dia Internacional da Mulher, e afirmo novamente que falo por mim. Eu quero ser respeitada todos os dias do ano, não quero ter um dia específico para comemorar e nos outros, ser tratada como uma qualquer, como quem faz sua obrigação e nada mais. Eu quero receber um carinho quando precisar, um cuidado quando estiver doente, um abraço de conforto quando eu errar. E no fim, poder sentir que vai ficar tudo bem no final.