domingo, 8 de março de 2015

Dia da Mulher... O que é ser mulher?

Eu fico muito tempo sem escrever, mas quando venho, é porque preciso botar pra fora o que estou pensando e sentindo, para não explodir...

Hoje é o Dia Internacional da Mulher. Mas o que isso significa? Por que temos de ter um dia específico pra comemorar? E comemorar O QUE?

Postei ainda pela manhã no meu face, e falando por mim, sem julgar ninguém. Eu não sou super heroína, não quero ser e não quero que me vejam como uma. Eu só quero ter o direito de ser uma mulher comum, que erra e acerta, e erra tentando acertar. Que erra e espera um apontamento justo, cordial, e que quem aponta, ajude a melhorar e acertar numa próxima vez. Que faz o seu melhor, sempre pensando que poderia ser ainda melhor, que se sente frustrada quando algo não sai do seu agrado, quando não consegue atingir o que queria, e se frustra ainda mais, quando ouve de outro alguém, que não deu certo por não ter se esforçado. Creio que a maioria de nós, mulheres, se doa o tempo todo, ao marido, aos filhos ao trabalho, aos amigos, aos estudos, e quando se dá conta, acabou não fazendo nada por si própria. Temos aquele olhar de que temos de estar sempre prontas, que temos de cuidar da casa, dos filhos, trabalhar fora para ajudar na renda familiar e estar sempre maquiada e perfumada a disposição do marido. Isso é igualdade??

Eu quero ter o direito de ir e vir, quero ser tratada com respeito, dignidade, carinho. Não acho que a mulher é o sexo frágil, isso não existe. Nós sabemos ser fortes quando precisamos - e diga-se de passagem, somos fortes na maior parte do tempo. Não quero ter sempre razão, não quero sempre ter de decidir tudo, de planejar tudo, de dar conta de tudo, pois isso é humanamente impossível, e eu estou aqui, na condição de humana, para aprender a melhorar, a resgatar pendências passadas, pois se não fosse assim, se eu realmente fosse santa, heroína ou mártir, não precisava ter reencarnado e estar aqui na Terra neste momento, não?

Estou fazendo o primeiro curso de muitos, no Centro Espírita que frequento, e estou gostando muito! A cada palestra, cada aula, tento refletir no que posso melhorar, mudar, ajustar, e vejo o quão imperfeita eu sou! E que por mais que eu pense que posso melhorar, muitas vezes quando percebo, já agi errado! Principalmente com meu filho Matheus, que precisa tanto de mim, ainda mais por saber que estamos aqui para nos resgatar, e me vejo impaciente, gritando, ao invés de ampará-lo. É muito sofrido sentir isso, saber que tenho de agir diferente, mas no momento aparece aquela onda e me tira do eixo. É o que eu costumo dizer, que na teoria, tudo é fácil, mas na prática, nem sempre conseguimos agir. É muito dura essa realidade...

Nessa semana que passou, meu filho teve um episódio bem ruim na escola, como há muito tempo não acontecia. Claro que fiquei muito chateada e brava, conversei bem dura com ele, contei para o pai também, e naquela noite em casa, ao fazermos a lição de casa, por eu ficar corrigindo o que ele estava fazendo (escrevendo fora da linha), ele ficou muito nervoso, chorou, gritou, eu perdi a paciência, meu marido também, e o resultado foi um desastre total. O resultado foi que estamos sem nos falar, como sempre acaba acontecendo, pois ele se fecha e não me procura pra conversar nunca. Deixa passar uns dias e acha que vai ficar tudo bem. Mas não fica. E muitas vezes eu tenho que respirar fundo e fingir que ficou tudo bem, senão não sei o que aconteceria. Eu o amo muito, mas ele é muito fechado e muito cabeça dura e orgulhoso para procurar alguém para conversar. E eu digo só conversar, e não se desculpar por ter agido errado, pois nesse episódio, nós dois erramos, mas ele ficar sem falar comigo, não seria o caso.

Ele diz que faz pequenos gestos para nos reaproximarmos, e que eu ignoro e então ele se fecha e se afasta. Mas eu digo que pra mim, sem conversar e colocar os pingos nos i´s, não vai ficar tudo bem. E que se eu não o procurar para conversar, que ele nunca vem atrás de mim, eu me sinto abandonada, largada, e ele não entende, falando que faço drama. O fato que eu acho que ele ainda não entende muito bem, é que temos dois filhos, sendo que um deles, precisa de atenção especial, diferenciada, o que toma muito tempo. E que não temos um tempo só nosso, como casal, e isso está minando o nosso casamento dia após dia. A nossa rotina se resume em ele trabalhar o dia inteiro, eu fico em casa com as crianças de manhã, levo para a escola e trabalho a tarde, os busco e em casa, temos poucas horas para fazer lição, arrumar o jantar, mal conseguimos conversar pois os meninos quase não deixam,e já é hora de dormir pra começar tudo de novo no dia seguinte. Se tivéssemos com quem deixar os meninos, digamos que um sábado por mês, acredito que conseguiríamos sair um pouco do ambiente familiar e sermos só um casal. Por mais que conversemos sobre a casa e os filhos, mas seríamos só nós dois, num ambiente fora de casa, pra tentar resgatar o romance e a sanidade mental e emocional. Mas ele também não entende isso.

Hoje estou especialmente chateada, por tudo isso e por ser o dia da mulher, onde nem um parabéns eu ouvi. Não esperava ganhar nem um bilhetinho escrito, pois isso não acontece há muitos anos, mas um parabéns dito, já me faria feliz. Mas ao contrário disso, passei o dia bem pra baixo.

Por isso, meu questionamento sobre o Dia Internacional da Mulher, e afirmo novamente que falo por mim. Eu quero ser respeitada todos os dias do ano, não quero ter um dia específico para comemorar e nos outros, ser tratada como uma qualquer, como quem faz sua obrigação e nada mais. Eu quero receber um carinho quando precisar, um cuidado quando estiver doente, um abraço de conforto quando eu errar. E no fim, poder sentir que vai ficar tudo bem no final.